sábado, 9 de abril de 2011

A cada 36 hora um homosexual é morto no Brasil

Em 2010, 260 gays, travestis e lésbicas foram assassinados no Brasil. De acordo com um relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgado hoje (4), a cada um dia e meio um homossexual brasileiro é morto. Nos últimos cinco anos, houve aumento de 113% no número de assassinatos de homossexuais. Apenas nos três primeiros meses de 2011 foram 65 assassinatos.

Entre as vítimas, 54% são gays, 42%, travestis e 4%, lésbicas. Para o antropólogo responsável pelo levantamento, Luiz Mott, as estatísticas são inferiores à realidade. “Esses 260 assassinatos documentados são um número subnotificado, porque não há no Brasil estatísticas oficiais de crimes de ódio. Para os homossexuais, a situação é extremamente preocupante.”

O estudo também aponta que o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de homossexuais. Nos Estados Unidos, foram registrados 14 homicídios de travestis em 2010, enquanto no Brasil, foram 110 assassinatos. Além disso, o risco de um homossexual ser morto violentamente no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos.

De acordo com Mott, esse aumento é resultado do aumento da violência e da impunidade. “Há um crescimento da quantidade de assassinatos. Além disso, menos de 10% desses assassinos são presos e sentenciados. Atualmente, a visibilidade dos gays é maior, pois há muitos se assumindo e isso provoca o aumento da intolerância.”

Entre os estados brasileiros, a Bahia lidera, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional. Foram 29 homicídios em 2010. Alagoas ocupa a segunda posição, com 24 mortes; seguido pelo Rio de Janeiro e São Paulo, com 23 assassinatos cada. De acordo com o relatório, Alagoas também é o estado que oferece maior risco para os homossexuais. Maceió é a capital onde mais gays são assassinados - com menos de 1 milhão de habitantes, a cidade registrou nove homicídios.

Segundo o estudo, o Nordeste é a região mais homofóbica do país. O Nordeste abriga 30% da população brasileira e registrou 43% dos homossexuais assassinados. Vinte e sete por cento dos assassinatos ocorreram no Sudeste, 9% no Sul, 10% no Centro-Oeste e 10% no Norte. O risco de um homossexual do Nordeste ser assassinado é aproximadamente 80% mais elevado que no Sul ou no Sudeste.

De acordo com Mott, essa situação pode ser revertida com educação sexual nas escolas, maior rigor da polícia e da Justiça, políticas afirmativas que garantam a cidadania plena de 10% da população e maior cuidado dos próprios gays, travestis e lésbicas.

O GGB vai denunciar o governo brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) por crime de prevaricação e lesa humanidade contra os homossexuais.

Da Agência Brasil
Fonte: Diario de Pernambuco

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Jair Bolsonaro


Após declarações racistas na TV, deputado federal será processado por Preta Gil Convidado do CQC, Bolsonaro respondeu a questões feitas pela população com falas consideradas racistas e homofóbicas
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP) será processado pela cantora Preta Gil. A artista divulgou a informação em seu perfil no Twitter após ter acesso a declarações feitas pelo político nesta segunda-feira (28) no programa CQC, da TV Bandeirantes. Convidado para participar do quadro "O Povo Quer Saber", Bolsonaro respondeu a questões feitas pela população com falas consideradas racistas e homofóbicas.
A resposta mais polêmica do parlamentar partiu de uma pergunta da própria Preta Gil. Depois de chegar a defender o regime militar, Bolsonaro foi questionado pela cantora sobre o que ele faria caso seu filho se apaixonasse por uma negra. A resposta: "Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro este risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambientes, como lamentavelmente é o teu".
O também deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, é representante do movimento gay na Câmara e, assim como preta Gil, se manifestou pelo microblog. “Racismo eh crime! Quem pratica racismo e homofobia em TV aberta eh mais que imoral; eh criminoso quem debocha da Constituicao. Quem pensa que pode sair ofendendo a dignidade de negros e homossexuais e incitando o ódio impunemente não perde por esperar. Amanhã (hoje) vou ver o meio mais rápido de representar contra esse racista homofóbico no Conselho de Ética da Câmara! Isso não vai ficar assim!", afirmou.
Também pelo Twitter, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho de Jair, tentou defender o pai: "Bolsonaro não é racista nem homofóbico, é apenas contrário às cotas raciais e à apologia ao homossexualismo. Entendo as críticas, pq baseadas numa premissa equivocada. Estou esclarecendo que o Bolsonaro entendeu errado a pergunta, difícil entender?", postou. A polêmica em torno das declarações do deputado fez que o nome do político se tornasse o termo mais comentado do microblog em todo o país.
Confira as declarações do deputado dentro do quadro do programa CQC: 
A resposta veio pelo Twitter da cantora: "Advogado acionado, sou uma mulher Negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofobico, nojento, conto com o apoio de vocês. Não farei somente por mim e pela minha familia, que foi ofendida e caluniada por ele, mas também por todos os negros e gays desse País".
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=9n4hb0RobhQ#at=44

Postado por Coração do Mundo